sábado, 26 de julho de 2008

janelas

nesse grito escrito, desaflijo.
escrevo e olho
mesmo não estando.

nesse grito escrito clamo asas
ou tempos
- eu em pés de mim mesmo não estou bastando.

à janela acesa de um museu meu olhar dirijo e vejo dois morcegos rangerem um vôo manso
enquanto a flauta que escuto desafina.

da janela apagada na janela acesa
caminho parado

lembrando da boca úmida que água a minha
dos olhos doces nos quais sou menina.

(junho de 2008)

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