pensamentos de morte
vindos da não-vontade.
sou feliz
e, no entanto,
triste.
a tristeza é quase biológica. quase genética.
quase o eu.
meu peito comprime e o amor não entende.
jamais entenderá.
nunca verá que o meu eu é triste
feio
murcho
sem graça
desesperançoso
camuflado em sorrisos.
(19 de dezembro de 2008)
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
sábado, 9 de agosto de 2008
TURBULÊNCIA
eis-me aqui
tal
qual
não deveria.
as espadas repousando nas carraras frias
odiando o próprio ódio.
atento às faces obscuras
de um prazer insipto
sigo descendo
áspero
minha própria garganta.
meu vício
em minhas palávras:
tendões tremulam em tinta.
o pobre mapa desdefine o objeto-caminho
pois seu papel é bom apenas para a tristeza.
às águas da Guanabara
lanço palavreados
quais balas.
os pensamentos, lâminas,
me cortam a glote.
choro e sangro à inocencia
estupido
da minha nova morte.
(6/10 de agosto de 2008)
tal
qual
não deveria.
as espadas repousando nas carraras frias
odiando o próprio ódio.
atento às faces obscuras
de um prazer insipto
sigo descendo
áspero
minha própria garganta.
meu vício
em minhas palávras:
tendões tremulam em tinta.
o pobre mapa desdefine o objeto-caminho
pois seu papel é bom apenas para a tristeza.
às águas da Guanabara
lanço palavreados
quais balas.
os pensamentos, lâminas,
me cortam a glote.
choro e sangro à inocencia
estupido
da minha nova morte.
(6/10 de agosto de 2008)
domingo, 3 de agosto de 2008
quarta-feira, 30 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
janelas
nesse grito escrito, desaflijo.
escrevo e olho
mesmo não estando.
nesse grito escrito clamo asas
ou tempos
- eu em pés de mim mesmo não estou bastando.
à janela acesa de um museu meu olhar dirijo e vejo dois morcegos rangerem um vôo manso
enquanto a flauta que escuto desafina.
da janela apagada na janela acesa
caminho parado
lembrando da boca úmida que água a minha
dos olhos doces nos quais sou menina.
(junho de 2008)
escrevo e olho
mesmo não estando.
nesse grito escrito clamo asas
ou tempos
- eu em pés de mim mesmo não estou bastando.
à janela acesa de um museu meu olhar dirijo e vejo dois morcegos rangerem um vôo manso
enquanto a flauta que escuto desafina.
da janela apagada na janela acesa
caminho parado
lembrando da boca úmida que água a minha
dos olhos doces nos quais sou menina.
(junho de 2008)
condução
minha memória me abre sorrisos
com o tempo de passar por baixo da roleta.
a criança que vejo hoje
é ontem.
(09 de abril de 2008)
com o tempo de passar por baixo da roleta.
a criança que vejo hoje
é ontem.
(09 de abril de 2008)
sobre a poesia e a bosta
sobre a poesia e a bosta:
o ato de cagar
é poesia.
despe-se das insignificâncias
de início.
não interessam para nada.
o cérebro vira estômago -
que é onde borboleteiam os sentimentos -
até o corpo
as entranhas do corpo
explodirem
lançando ao mundo o que desgrada
todo o mundo.
mas, para o autor
é alívio.
(março / julho de 2008)
o ato de cagar
é poesia.
despe-se das insignificâncias
de início.
não interessam para nada.
o cérebro vira estômago -
que é onde borboleteiam os sentimentos -
até o corpo
as entranhas do corpo
explodirem
lançando ao mundo o que desgrada
todo o mundo.
mas, para o autor
é alívio.
(março / julho de 2008)
12-08
pressinto: hoje é dia de poemas.
a tristeza me namora
o coração cala de angústia
o peito dói de existir.
não há pensamento sereno
beijos de batom brilhoso
ou confissões que ardem baixo às cobertas.
hoje sou.
e só.
poeeeta que dá gosto.
(12 de junho de 2008)
a tristeza me namora
o coração cala de angústia
o peito dói de existir.
não há pensamento sereno
beijos de batom brilhoso
ou confissões que ardem baixo às cobertas.
hoje sou.
e só.
poeeeta que dá gosto.
(12 de junho de 2008)
sem-quando
uma sem-quando mostrou-me meu triste:
"qual é dessa perfeição
se só existe perfeição
no imperfeito?"
vi.
enxerguei-me automóvel indo,
na estrada que é livre,
semafórico.
não houve jeito:
entreguei-me ao tempo
dos sem-quandos.
(22 de março de 2008)
"qual é dessa perfeição
se só existe perfeição
no imperfeito?"
vi.
enxerguei-me automóvel indo,
na estrada que é livre,
semafórico.
não houve jeito:
entreguei-me ao tempo
dos sem-quandos.
(22 de março de 2008)
roléx
tudo é junto nesse mundo.
ter tudo
é nada
ser profundo.
e Nada é tão profundo quanto O mundo
em que eu me afundo
num segundo
do relógio roléx
que eu comprei num camelô
parece errado mas ao mesmo
tempo
certo.
os países tão perto,
os narizes tão retos
apontando o caminho:
"sempre em frente, rumo ao amanhecer, segunda estrela à direita depois daquele hotel que só tem uma"
eu ia.
furei.
não sei...
meus passos não são certos,
meus narizes não são retos
e meus países, nem tão perto.
se o braZil foi descoberto, eu ainda não.
continuo sem nome,
com fome
e com sede
de rede
e de internet que é uma rede de uma outra sede mas que também já é um outro assunto isso e o lance dela viver querendo viver junto dessa minha vida ameaçada pelo eterno absolutamente Nada que continua tão profundo quanto O mundo
em que eu me afundo
num segundo
do relógio roléx
que eu comprei num camelô.
(2004-2008)
ter tudo
é nada
ser profundo.
e Nada é tão profundo quanto O mundo
em que eu me afundo
num segundo
do relógio roléx
que eu comprei num camelô
parece errado mas ao mesmo
tempo
certo.
os países tão perto,
os narizes tão retos
apontando o caminho:
"sempre em frente, rumo ao amanhecer, segunda estrela à direita depois daquele hotel que só tem uma"
eu ia.
furei.
não sei...
meus passos não são certos,
meus narizes não são retos
e meus países, nem tão perto.
se o braZil foi descoberto, eu ainda não.
continuo sem nome,
com fome
e com sede
de rede
e de internet que é uma rede de uma outra sede mas que também já é um outro assunto isso e o lance dela viver querendo viver junto dessa minha vida ameaçada pelo eterno absolutamente Nada que continua tão profundo quanto O mundo
em que eu me afundo
num segundo
do relógio roléx
que eu comprei num camelô.
(2004-2008)
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